Bebê Clube nasce de um sonho, desde criança com um violão na mão, curiosa em como fazer acordes, em como juntar sons.. De 2020 pra cá isso se torna latente, insuportável! Apesar das tentativas, nada soava como devia, era preciso calma, cabeça e a passagem do tempo pra que tudo transasse melhor. Em 2024, percebo que já era hora, encarando de cara a cara o início da minha fase adulta: lembranças do passado, marcas pelo corpo, eternas mudanças de endereço, distância dos parentes, um dos amores da minha vida, casamento a vista, novo emprego, lindas viagens e o mais importante… O entendimento de que a nostalgia era por ela e só, uno, indissociável, nada de concreto sairia dali, a não ser pela ação, touché! Mas isso já é outra história.

Crescer faz a gente querer voltar, acho que a fase adulta é uma eterna idealização, pra trás ou pra frente, forward or backward, a vontade de materializar ameniza esse ponto azul no fundo do peito chamado saudade e eu acho isso uma das maiores potências humanas… Materializar. Já pensou o que seria desse mundo sem a materialização das ideias? Embora creio que a maioria delas são e sempre serão estupidas, temos outras bem legais, como por exemplo a vitrola, a televisão, a luz elétrica, o alfabeto e o amplificador.

Sempre tive uma intensa atividade mental, isso pode ser bom, se canalizado de certa maneira, mas não é assim que as coisas costumam acontecer na prática… Desde então tenho tentado parar, medicamentos, terapia, psiquiatras (Autista nível um de suporte, TAG e depressão)
Logo comecei a perceber que pensar demais estava travando o meu processo criativo, assim como as minhas decisões e a dinâmica desse movimento. Tenho conseguido parar, na música pelo menos… Sem o forçar desse processo mental o disco não teria saído, eternos processos de arranjo, composição e comparações pesando toneladas.

É preciso muita coragem pra lançar um disco, sozinha então… Produzi e toquei todos os instrumentos no disco, desde os arranjos às composições e produção musical, com exceção de Há um Tesão, que Lucas Lino me deu de presente. Foi desafiador, mas muito gratificante ver o tanto de coisa que poderia sair de concreto da minha cabeça.
1 ano e 12 faixas, músicas de 2025 como Nepo Baby e Black Lança e de 2020, como Amor de Primavera e Quiabo, uma mistura na linha do tempo, com um conceito amarrado e muita vontade de fazer dar certo.